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Aquela Casa em Londres

Prólogo - antes dos créditos - um homem e uma mulher dentro de um balão – ele começa a tirar as roupas dela, que caem, da nave, sôbre a casa do inventor - a câmara se afasta - o balão começa a saracotear, desgovernado pelo amor. Já aí, emerge o que será o tonus de Aquela Casa em Londres (The Best House in London), dirigida por Plillip Saville (não sabemos se é parente do veterano Victor Saville): comédia luxuosa, picante, com humor, amiúde, menos britânico do que macarrônico.
A casa a que se refere o título é isto mesmo: uma (teria sido, aliás, a primeira) casa de tolerância, altamente equipada, instaurada na Londres vitoriana, após uma reunião decisória do gabinete governamental. O filme, em paralelo, parece defender a tese de Nélson Rodrigues de que o meretrício é uma questão menos social do que de vocação, pois a protagonista, Josephine (Joanna Pettet) tenta debalde recuperar várias tansviadas numa outra residência, onde há de tudo para elas, entre carinho, alimentação e confôrto. Porque, ao primeiro aceno de reencetarem a mais tradicional das profissões na Best House, nenhuma se furta ao convite.
Uma fita bem administrada, com uma boa fotografia de Alex Thompson; em eastmancolor; com um argumento sem linhas definidas, e um bom elenco: David Hemmings (em duplo papel, o bonzinho louro e o rufião de luxo, bigodudo), Joanna Pettet (melhorando bastante como atriz), o veterano e excelente ator, George Sanders, Dany Robin (francesa e, naturalmente, a administradora da poderosa casa de tolerância) e Warren lVIitchell, numa caracterização algo caricata do inventor de um imenso dirigível, onde, ao fim, ficará instalado o bordel.
Aproveita-se o ensejo da época não apenas para o humor e os eflúvios valsificantes, mas também para colocar em pontas, conferindo côr local intelectual, personagens célebres, como Charles Dickens, Oscar Wilde, Sherlock Holmes & Watson. Em suma, dezenas de mulheres deliciosas a fim de preencher os papéis da equipe da casa de tolerância, destinada a atender, não só ao gabinete, mas a lordes, embaixadores, milionários etc. No desfêcho, o ritmo cômico, na hora da inauguração do estabelecimento, obtém uma toada quase sennetiana, com correrias, objetos arremessados, invasões de cômodos e a Scotland Yard praticamente transformada em turma dos Keystone Cops. Agradável, descompromissada, assim é Aquela Casa em Londres.

Correio da Manhã
29/10/1969

 
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