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Benjamin

Benjamin (ou Les Memoires d'un Puceau), inventivamente menos pretensioso, e, no entanto, o melhor filme, até agora (entros que conhecemos), de Michel Deville. Nada no experimentalismo, amiúde frustrado, de Agora ou Nunca (Ce Soir ou Jamais), ou de La Menteuse.
Restou o requinte, uma certa sofisticação ou a nonchalance esteticista, que, no entrecho de
Benjamin, ganham lugar preciso, concorrem na formulação de uma ambiência, não apenas histórica ou geográfica, porém funcional. Segundo reza o argumento, estamos no Século XVII, entre casteios e mansões da província, onde os nobres, entediados, fazendo forfait da côrte, menos ainda têm o que fazer ou se preocupar. A futilidade, então, adquire brios de refinamento e, para uns, como o Conde Phillipe (Michel Piccoli), o verbo amar conjuga-se como um esporte, tão vago como aquêle de cavalgar ao léu. E será êle o preceptor sexual de Benjamin (Pierre Clementi), que chega inocente e, em pouco tempo, perderá essa qualidade graças a um curso relâmpago, teórico e, especialmente, prático. E são várias as mulheres, entre amas e criadas, prontas e dispostas a desinibi-lo e a fazê-lo desvencilhar-se da incômoda pucélage. Lá estão, entre outras, Odile Versais (na cama com o Conde, protagonista da primeira aula prática, para Benjamin, sem faltar, inclusive, o capítulo da chegada e mistificação do marido), Francine Berge, Anna Cäel e, principalmente, Cathérine Deneuve. Sem falar em Michele Morgan, tão veterana, quanto classuda, que é a tia do rapazinho ingênuo e amante permanente do Conde.
O filme prima pelo bom gôsto, com uma dose sadia de erotismo, que jamais roça a grossura. Uma espécie de marivaudage sob o tom mais forte da libertinagem, onde o desapertar constante de corpetes, o desamarrar de fitas, o desabotoar, chegam a perfazer a orquestração de um strip-tease geral, embora discreto até certo ponto, sem radicalismo ou o nudismo tout court. O espetáculo do prazer e da inconsequência, onde o humor também derrama as suas gôtas razoavelmente bem temperadas. E a fotografia de Ghislain Coquet contribui para a valorização da ótica da natureza, nos exteriores, e do décor caprichado, nos interiores.

Correio da Manhã
20/05/1969

 
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