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No limiar da liberdade

JOSEPH LOSEY continua em grande atividade. Mas é um diretor que ainda não acertou em cheio na mosca. Faz filmes discutidos, discutíveis (Secret Cerimony, The Gipsy and The Gentleman), bons filmes (Time Without Pity, Chance Meeting, The Prowler), muitos bons (Eva, Accident), algo frustrados (Modesty Blaise, O Mensageiro) e até uma bomba chamada Boom!. Mas, pelo visto, não fará nenhum que fique para a história do cinema. Depois do injusto ostracismo, quando teve de trabalhar sob pseudônimo (o que ocorreu com outros, como Michael Wilson ou Dalton Trombo), em decorrência das perseguições que sofreu do fascista Comite de Atividades Antiamericanas, andou faturando muitas simpatias, com a crítica de vários países, porém não desenvolveu nenhuma genialidade.
No Liminar da Liberdade (tradução-traição grandidiloqüente e oca para o bom título do original, Figures in a Landscap "figuras numa paisagem"), traduz bem um retrato disso. Com um roteiro de Robert Shaw, baseado em livro de Barry Englwnd, limitou-se, no geral, a repisar um estilo de fita que se viu bastante no cinema. americano, na década de 1950. Naquela época, ainda tinha graça; hoje, já nem tanta.
Dois homens fogem de uma prisão - não se explica muito sobre eles, apenas ligeiras rememorações. Eles são as figuras na paisagem, dentro da qual vigora o sistema, o establishment sem cara, que os acuará em sua odisseia de desespero. Tudo muito bonito em matéria de tema, destituído, porém, de maior força expressiva.
Quem vê as figuras na paisagem (filmagens na Espanha) é constantemente o helicóptero, na verdade, o terceiro personagem importante. Mas, desde que Hitchcock, em Intriga Internacional, apresentou um avião perseguindo Cary Grant no deserto (passando, depois, também por James Bond ), a perspectiva, em si mesma, já não é tão instigante, principalmente se a maoivação estrutural carece de grandes engenhos. Em paralelo, algumas passagens de realismo brutal (babas de sangue, caras arrebentadas) não encontram maiores justificativas funcionais.
O melhor mesmo é a própria paisagem, graças, além dela própria. ao esforço fotográfico do francês Henri Alekan. A neve, os picos, as tomadas verticais. É lá que os homens viram bicho e matam para escapar da prisão. E daí?
Os dois únicos atores em cena são Robert Shaw o homem mais velho e brutalizado, e Malcolm McDowell o jovem que é mais civilizado. Ambos estão muito bem especialmente Robert Shaw, com boa máscara. Mas - de novo - e dai?
Como diversão, passatempo, recreação, No Limiar da Liberdade pode ser assistdo. Como criatividade ficou no liminar do zero.

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