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A marca da brutalidade

Hoje, na área do cinema, ninguém mais desconhece onde há Lee Marvin, há fogo. O espetáculo da violência, que, às vezes, chega até a alegoria.
Esse
A Marca da Brutalidade (Prime Cut) – fruto de um roteiro original de Robert Dillon, dirigindo pelo estreante Michael Ritchie, egresso da televisão – só quer mostrar mesmo a violência dos tiros, dos socos, das facadas ou pisadas, como todo o aparato técnico, especialmente uma parafernália de distorcer ruídos. Ainda o reforço de Lalo Schifrin, encarregando-se da parte musical, e da (muito boa) fotografia de Gene Polito, em cores, panavision etc.
O enredo, em si, não encerra maiores interesses, senão aqueles de propiciar a ação. As organizações marginais; negócios de drogas mulheres aprisionadas num orfanato e que são, numa determinada festa rural, no estilo pagão, exibidas aos convivas, drogadas dentro de modalidades de jaulas sem teto. É claro que Lee Marvin não poderia concordar com tais excessos da facção de Kandas da organização. Nessa altura também, dado o transe dionisíaco do filme, ninguém sabe até que ponto os censores de Brasília poderiam ter proporcionado mais uma contribuição para o desenvolvimento dos métodos de elipse. Só se pode calcular que cópias de fitas, já estariam gastas com tantas sessões para “privilegiados”, antes de serem cortadas para as exibições do público, que, como sempre, embora seja quem pague os impostos (e, principalmente, as entradas) “não está preparado para ver isto”.
Gene Hackman, que subiu à fama através de uma história análoga, como a de Operação França, aqui só comparece (de bigode) para das uns berros à La Rod Steiger, levar uns murros e, no final, ficar (literalmente) entregue aos porcos. Dá uma de homossexual também porque moda é moda. Em suma, vê-lo sob a sanha dos suínos, não deixa de ser o símbolo do desperdício.
Há um caminhão (pilotado por Marvin) que invade uma casa, demole uma estufa e aterrissa num estábulo; há um trator que persegue o casal e depois devora a parte da frente de um automóvel; um ancinho é arremessado e fica espetado na porta de um carro; há um agente da organização que foi transformado em ligüiça ou salsicha (qualquer coisa serve); enfim, o restante da praxe.
Muito edificante como demonstração de gratuidade. Não há proposição maior do que aquela do show de violência ou do que o possível talento do diretor, num plano ou outro, uma tomada ou outra.

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