jlg
cinema

  rj  
Ninotchka

Das gerações mais novas aqueles que aproveitaram a oportunidade a fim de assistir à Viúva Alegre, apresentada nas diversas repetições do festival de operetas da Mêtro, já sabem, através desta pequena obra-prima, o que era o famoso e inigualável toque de Ernst Lubitsch. Justamente uma sucessão de particularidades, de detalhes sugestivos, criativos, carregados de significados, a forjar o clima de suas comédias. Em suma, sofisticação em alto grau. Vários outros diretores, alguns deles seus ex-colaboradores, tentaram, posteriormente, segui-lo, alguns. como Billy Wilder e Joseph L. Mankiewicz chegaram em certos filmes, a revivê-lo; mas nunca mais houve novo Lubitsch. Resta ele mesmo e o cinema, como máquina do tempo.
E aí está hoje em exibição dentro do Festival Greta Garbo, Ninotchka, uma de suas maiores comédias - sátira aguda contra o tipo de mentalidade forjada pelo burocracismo pseudocomunista da União Soviética. Ou, para aplicar um termo recente - psico-social - que inspiraria mil toques a Lubitsch, demonstrando que qualquer ditadura, à direita ou à esquerda, ou provoca o exercício de cinismo ou torna ridículo os seus crentes.
Na época. a campanha publicitária que precedeu a seu lançamento insistia bastante a respeito da nova personalidade desenvolvida por Greta Garbo, que chegava, inclusive, a rir. O personagem-titulo é uma funcionária comunista, a principio irredutível em seu fanatismo ideológico, que, depois, irá se render ao ambiente de Paris e ao apelo do amor. E o seu namorado, Léon (magnificamente interpretado por Melvyn Douglas, que era um "expert" em comédias do gênero) sabia que, para derrubar o fanatismo, não há instrumento melhor do que o humor.
Em Ninotchka. mantendo como sempre a sutileza dos detalhes, o diretor, no entanto, ê mais satírico quanto ao tom geral. E não poderia deixar de sê-lo, em se tratando do assunto. Quanto a Greta Garbo (um dos maiores mitos do cinema), com 33 anos de idade, estava no apogeu e fim de sua carreira - depois desta, datada de 1939, faria apenas mais uma fita, em 1941: Two Faced Woman, de George Cukor
Ninotchka baseia-se num argumento de Melchior Lenyel. E Lubitsch, para o seu êxito, contou com a colaboração preciosa de Charles Brackett. Billy Wilder e Walter Reich, na elaboração do roteiro, e da fotografia de um mestre, como William Daniels. Sem falar nos atores principais já mencionados e num supporting cast respeitável, a envolver figuras caracteristicas, como Bela Lugosi, Sig Ruman. Félix Bressart ou George Tobias.

Última Hora
06/01/1973

 
Uma Odisséia de Kubrick
Revista Leitura 30/11/-1

As férias de M. Hulot
Jornal do Brasil 17/02/1957

Irgmar Bergman II
Jornal do Brasil 24/02/1957

Ingmar Bergman
Jornal do Brasil 03/03/1957

O tempo e o espaço do cinema
Jornal do Brasil 03/03/1957

Ingmar Bergman - IV
Jornal do Brasil 17/03/1957

Robson-Hitchcock
Jornal do Brasil 24/03/1957

Ingmar Bergman - V
Jornal do Brasil 24/03/1957

Ingmar Bergman - VI (conclusão)
Jornal do Brasil 31/03/1957

Cinema japonês - Os sete samurais
Jornal do Brasil 07/04/1957

Julien Duvivier
Jornal do Brasil 21/04/1957

Rua da esperança
Jornal do Brasil 05/05/1957

A trajetória de Aldrich
Jornal do Brasil 12/05/1957

Um ianque na Escócia / Rasputin / Trapézio / Alessandro Blasetti
Jornal do Brasil 16/06/1957

Ingmar Berman na comédia
Jornal do Brasil 30/06/1957

562 registros
 
|< <<   1  2  3   >> >|