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Mayeling

Mayerling que foi lançado entre nós, em 1970, é uma reprise oportuna. É superior, inclusive, à versão anterior, dirigida por Anatole Litvak, com Charles Boyer e Dannielle Darieux nos papéis mais importantes.
Retorno altamente estilizado do cinema às fontes românticas do passado. Insere-se esta fita numa linguagem, cujo carro-chefe, na história do cinema, ainda é comandado por
Maytime (Primavera), de Robert Z. Leonard. E a comparação da atual versão com aquela citada, de Litvak, realizada em 1943 evidencia até que ponto é válido tomar-se em conta a evolução dos recursos materiais da sétima arte, com relação à informação estética. Projeção em 70 milímetros, excelente fotografia em cores, de Henri Alekan, décor de interiores suntuosamente caprichados, funcionais, exteriores com filmagens in loco, em várias cidades, tudo, em suma, desde o bom gosto na apresentação dos créditos, já fazia presumir o êxito da produção.
O diretor Terence Young consumou três fitas na série James Bond:
Dr. No From Russia With Love e Thunderball. A equição do sucesso de Mayerling é simples, embora aparentemente heterogênea: 007 x Viena x alta administração. Bastaria um executor com um mínimo de imaginação - Terence já havia demonstrado não aceitar desperdícios - pulou da espionagem para a história de amor. Mostrou com o mood. Só aquela sequência admirável transcorrida na ópera, de camarote para camarote, com a troca de olhares entre Omar Sharif e Catherine Deneuve, com o jogo de closes-ups magnificamente intemsificados serviria para comprovar a sua sensibilidade cinematográfica para o trato da situação.
O filme flui com precisão. A atmosfera é válida, às vezes ameaça debruçar-se sobre o cartão postal ou tampa de caixa de bombons, mas isto não ocorre. As cenas de movimentação mantêm-se vivas, a começar logo naquela abertura, ainda não trivial em nossos dias da polícia espancando estudantes. Certo que o
background histórico está romanceado, azeitado para o ensejo, porém tal fator não constitui prejuízo, ao contrário, para o caso chega a traduzir imperativo natural.
Francisco José transformou-se numa caixa de cacoestes, na personificação de James Mason que é o ponto mais fraco do espetáculo. O ministro Taefe é tomado vilão de folhetim mas isto não faz mal. Ava Gardner dá o seu plá como a imperatriz. James Robertson Justice é um príncipe de gales bem humorado. Enfim, nos dois protagonistas, Catherine Deneuve vai num papel que lhe cai como luva e, incrivelmente talvez por estar inserido no contexto, Omar Sharif não atrapalha, muito à vontade nas cenas de farra.

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