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Anjos sem paraíso

Angeli senza paradiso é o titulo algo inexplicável para este retorno ao cinema romântico, aquele dos lencinhos úmidos. O tema de agora há quase trinta anos, fez com que os ditos fossem deveras acionados, mundo a fora, mediante Sinfonia Inacabada, com a especialista em valsas e operetas Martha Eggerth e Hans Jaray, no papel do compositor Franz Schubert.
Não se sabe porque o vienense Franz Schubert - nascido em 1797, morto jovem, com tifo, em 1828 - se transformou em personagem lendário de romances líricos e infelizes, incluslive protagonista da opereta que fizeram com uma mistura de suas composições, no início deste século:
A Casa das Três Meninas. O que a frieza da história registra é ter sido ele, um temperamento boêmio, amante do copo e - et pour cause - dado a acessos de melancolia. As princesas ou camponesas que teriam enchido a sua vida sentimental jamais, foram além da imagmação dos fornecedores de lendas.
Daí chegamos a
Anjos sem Paraíso, um dos últimos subprodutos da lenda. A única ligação, algo vaga, com o argumento dessa fita é saber-se que, em dois curtos períodos Schubert foi professor de música das filhas do Conde Esterházy. O resto é ficção pura.
Mas as proposições do filme não se chocam, no caso, com a falta de interesse pela realidade biográfica. A história tem a coragem de ser romântica no duro, consoante o
old style, que fez a glória de Hollywood nas décadas de 1930 e 1940. Faltou, sim, maior impacto dramático, ímpeto de técnica e coordenação das situações a fim de que o resultado correspondesse ao alvo atingido.
O primeiro defeito, algo grave hoje em dia, pelo menos para o gênero, é se tratar de uma produção sem muitos recursos, embora razoável como reconstituição de época. Em segundo lugar, a música do próprio Schubert poderia ser melhor aproveitada, em função estrutural, e não ficar apenas como fator decorativo. Em suma, o diretor, Ettore M. Fizzarotti, não se revelou propenso à imaginação ou originalidade. Tudo é bem comportadinho no seu trabalho, a contar, por outro lado, com uma cinegrafia e fotos bem razoáveis (prejudicadas em parte pela projeção um pouco fora de foco no cinema PAX).
Al Bano tem a virtude de se parecer suficientemente cem a figura de Schubert. E também possui a pinta do grande papel de outrora: o galã frágil, de ar melancólico. Mas quando fala ou esboça alguma reação, desaba na incapacidade dramática. Romina Power (filha de Tyrone) está muito bonita.

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